terça-feira, 26 de dezembro de 2006

49 - Barata e o vínculo novo, para encerrar o ciclo...

Barata de Agudos que já foi goleiro titular, mantendo o pentacampeão Marcos no banco de reservas é uma figura humana extraordinária. Amigo, leal, companheiro das horas boas e ruins da vida, verdadeiro irmão camarada. Podemos usar um linguajar antigo para defini-lo: é pau para toda obra. Como bom amigo, se transformou em minha vitima predileta. Para encerrar o ciclo do Barata vou contar uma de galo, ou seja, rapidinha. Logo cedo o telefone toca e era o amigo todo contente:

- Chinelo... comprei um vínculo novo...
- Vínculo, Barata? O que é isso?
- Um vínculo corsa, cara!
- Veículo, Barata?
- Ops...desculpe... sabe... quando fico contente... troco às letras e falo besteira!

48 - Se expulsar o banco... sentamos no chão!

Barata vinha de uma contusão e esquentava o banco de reservas do Clube Atlético Lençoense. Para quem conhece seu dinâmico comportamento torna-se impossível acreditar que o mesmo consiga permanecer quieto durante noventa minutos. E não fica mesmo. Seu time ganhava de um a zero com o adversário atacando sem parar o banco de reservas se agitava, com o nosso Barata insuflando seus companheiros de time. Em dado momento o arbitro interrompe a partida e dirige-se aos reservas:

- Se continuar essa zorra... vou expulsar o banco!
- Pode expulsar, “seo” juiz! A gente senta no chão mesmo!, respondeu o Barata.

Todo o banco de reservas foi tomar banho mais cedo.

47- Barata e o beijo.

Esta me foi enviada por um amigo agudense, o Nelsinho Ayub, dando contas de uma travessura do Barata, quando ainda era chamado de Baratinha. Passeando em um domingo no jardim da cidade, viu uma menina bonitinha e com a cara de pau que é a sua marca registrada já chegou dizendo:
- Me dá um beijinho. Me dá um beijinho!

E a menina:

- Não dou, não dou, não dou!

Mas o Baratinha não largava o braço da menina.
- Pára! Eu vou chamar a minha mãe.
E o Baratinha:
- Não vale! Dela, eu não quero beijo...

46 – Barata e o pão com manteiga.

O amigo foi a São Paulo, resolver questões da municipalidade agudense e adentrou a uma padaria de um simpático português:

- Amigo... veja uma média com um pãozinho sem manteiga...
- Pois não!

Passados alguns minutos... o português volta:

- Pode ser pão sem margarina? Não trabalhamos com manteiga!

Realmente Barata atrai... coisas engraçadas.

45 - Barata ligou...

Cochilei após o almoço e ao acordar DoceAna me avisa:

- O Barata ligou...
- O que ele queria? - Inseticida é que não era!

44 - Barata, outra vez!

Não tem jeito de esquecer este amigo. As coisas vivem acontecendo com ele. Gozador vivia convidando os amigos:

- Vão lá em casa às 7:00 da noite... assim escutamos juntos a “Hora do Brasil”!

Todo o santo dia era o mesmo convite.
Certo dia reuniram-se sete, oito dos eternos convidados e resolveram fazer uma surpresa para o amigo.

18:50 toca a campainha, Barata abre a porta e dá de cara com o Altair:

- O que manda, chefia?
- Nada, só vim ouvir a Hora do Brasil!

18:51 toca novamente a campainha. Era o Auro.
- Fala, comandante!
- Não vou falar nada, só vim ouvir a Hora do Brasil.

Barata ficando desconcertado, a sala cheia e as 18:59 a campainha torna a tocar. Carlão chegando e pedindo desculpas.

- Desculpe o atraso. Já começou?

Barata sem graça liga o rádio e todos fazem absoluto silêncio, ouvindo compenetrados o noticiário da Agência Brasileira de Notícias para espanto de nosso amigo. Nem comentavam as notícias!
Ao final do noticiário, todos se levantaram e bateram palmas.
O Jaime, em nome do grupo, agradece a gentileza do amigo e finaliza:
- A partir de hoje, nos reuniremos diariamente em sua casa para ouvirmos a Hora do Brasil.

Nunca mais o Barata convidou para ir a sua casa, nem para assistir ao verdão.

43- Barata e os pregos.

Nas eleições de 2000, a campanha de Carlão Octaviani/Jaime Caputti para a prefeitura de Agudos lembrava das antigas campanhas do tostão contra o milhão. Como diz o amigo Barata: era uma “fartura só”. “Fartava” combustível, papel, material de campanha em geral e de outro lado, sobravam vontade, determinação e crença na fidelidade popular. Certos dias, os apoiadores da dobradinha que transformou Agudos, preparavam “plaquetas” de publicidade para colocar em postes de iluminação e outros logradouros públicos e os pregos acabaram. Barata correu atrás do Jaime Caputti e apavorado, foi logo dizendo:

- Ô...ô... Jaimão... vai lá na loja de material e compra cem gramas deste preguinho...vai logo!!!
- Barata... só cem gramas de prego... não vai dar!!
- Dá sim, ô Jaime! O prego é pequeno e cem gramas rende bastante... parece até que é um quilo!!!

42 - Barata e os craques do futebol.

Barata de Agudos era goleiro das equipes de base do Santos F.C., e surgia como grande promessa para o futebol brasileiro. Felizmente para o Carlão Octaviani, a promessa não vingou. Certo dia, antes do treinamento o técnico gritou:

- Os craques do time...corram até aqui... no meio de campo!

Barata deu um pique, que daria inveja aos velocistas, chegando em 1º lugar no centro do campo. O técnico viu, colocou as mãos em cone e olhando para o nosso amigo Barata, gritou:

- Eu disse os craques... só os craques!

41- Barata e o papagaio!

Barata entra em cada gelada que dá medo.
Outro dia, em um conhecido bairro de Agudos, precisando falar com um munícipe, deparou-se com uma placa na residência deste:

CUIDADO COM O PAPAGAIO!

Barata olhou e viu um sonolento papagaio coçando preguiçosamente a cabeça. Leu a placa, olhou o louro, riu e foi entrando. De repente, o papagaio começa a gritar:

- Pega Rex! Pega Rex!

E um pequeno cachorro, com uns 90 quilos de peso, surge bravo do fundo do quintal, obrigando nosso amigo a relembrar sua agilidade de goleiro para rapidamente pular o muro e tentar escapar da fúria do animal. Como a agilidade não é a mesma, dizem as más línguas que o velho Barata ficou uns quinze dias sem conseguir sentar.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

40- Barata e a cotação de preços.

Barata veio com Carlos Octaviani até Bauru e de repente desapareceu em pleno centro comercial de nossa cidade. Carlão começa a ficar preocupado com o sumiço do fiel escudeiro e liga em seu celular, localizando-o em uma conhecida loja de R$ 1,99 da Batista de Carvalho. Dirige-se até o local e encontra o Barata parado diante das prateleiras, olhando com atenção os produtos expostos.

- O que você quer comprar, ô Barata?
- Nada... só tô vendo os preços!

39- Barata quer ficar no meio do campo...

Barata veio a Bauru assistir o jogo do Noroeste contra o Bandeirantes de Birigui, no quadrangular final da A-2 de 2005, acompanhado do presidente da Câmara de Agudos, o Auro Octaviani e de outros agudenses. Na bilheteria, na hora de comprar o ingresso, mostrou sua velha carteirinha de atleta profissional e disse para a moça da bilheteria:

- Ô bem... vê se arruma um lugar para nós... bem no meio do campo!
- Xi... não vai dar, hein moço!
- Por que?
No meio do campo, o juiz só permite que entrem ele e os vinte e dois jogadores!

38 - Barata, PSC e PCC!!!

Nosso amigo agudense é alvo predileto das gafes e outras escorregadelas, acabando por se tornar pivô de histórias interessantes.
Dias atrás, esteve em Jau com a finalidade de prestigiar a visita de Anthony Garotinho, juntamente com Auro e Carlos Octaviani. O mestre de cerimônias do evento, radialista Benitez de São Paulo, parecia estar transmitindo corridas de cavalo, empostando a voz e anunciando os presentes. Barata é presidente do PSC de Agudos e foi assim anunciado por Benitez:

- Presente também o senhor Barataaaaa, presidente do PCC de Agudossssss!!!!

Tadim do meu amigo e irmão, de uma hora para outra foi transformado em líder de bandidos.... na boca do tal de Benitez, é claro!!!

37 - Barata irritado.

Dias atrás questionei o Barata sobre o motivo de suas constantes irritações – agudense da gema jamais fica nervoso - e a resposta me deixou abismado:

- Ah...Chinelo... quando a naftalina aumenta... perco o controle!

Sempre achei que a naftalina servia para exterminar traças e não para estimular baratas...

36– Barata e o tombo.

Barata me liga logo cedo com voz apavorada, trêmula:

- Bom dia, Chinelo...
- Bom dia...
- Rapaz, que susto...
- Que houve?
- Caí de uma escada de vinte metros de altura!
- Nossa... machucou muito?
- Dei uma baita sorte, cara! Tava no segundo degrau!

Como diria o saudoso Ivan Guerra Bittencourt:

- Este cara tá com uma coceirinha no ouvido... com vontade
de ouvir poucas e boas...

35 - Barata e o estambo.

Tem gente que tem mania esquisita. Cada qual na sua.
A minha é achar que o Barata é gente boa. Dizem que estou errado e não dou importância, afinal o que vale é aquilo que acho, sendo que hoje descobri mais uma do amigo agudense que jamais fica nervoso e quando muito se irrita.Quando goleiro mantinha no banco de reservas nada mais que Marcos, o pentacampeão do mundo.
Em uma tentativa de defesa acabou por chocar-se contra o atacante adversário e ficou no chão, contorcendo-se em dores. O médico chega para atende-lo:

- onde dói, Barata?
- O “estambo”, doutor!
- O que?
- O estambo!
- E onde fica isso?
- Ih... doutor! Se o senhor que é medico não sabe, tô é ferrado!

Segundo Barata, com a dor não conseguia falar certo:

- Tinha levado uma joelhada no estomago, pô!

Brincadeiras à parte, dizem que nosso amigo era um grande goleiro.
Uma verdadeira barata voadora!

34 - Barata e o touro.

Curta e grossa.
Toca o telefone as dez da noite e atendo preocupado. Era o amigo Barata:

- Ô Chinelo, boa noite!
- Boa noite!
- Este Roberto Jefferson tá parecendo o touro “Bandido” da novela América, hein?
- Essa não entendi, Barata.
Ora, a cada semana o cara derruba um!!!

33 - Barata e o sanduíche Bauru.

Barata e Auro Octaviani estavam em São Paulo quando passaram pela rua Casemiro de Abreu lá no Brás, Barata viu o nome da rua, vira-se para Auro e diz:

- Ô Auro... essa rua tem o nome do cara que inventou o Bauru.. olha lá!
- Nada disso, Barata! O que inventou o sanduíche é o Casemiro Pinto Neto... esse era poeta!
- Será, Auro? Cê tá errado, hein!
Foi duro convencer nosso amigo de que estava confundindo os Casemiros.

32- Barata e o Mate Leão.

Tempos atrás o Auro Octaviani, presidente da Câmara de Agudos estava preocupado com alguns ratos de quatro pernas que andaram aparecendo naquela Casa de Leis. Receoso de que os roedores poderiam vir a prejudicar documentos do município solicitou que o amigo Barata providenciasse raticida. Pouco tempo depois chega o Barata com alguns pacotes de Mate Leão e os entrega ao Auro:

- Taí... agora é só acabar com estes ratinhos!

Auro olhou, leu, releu e arriscou:

- Ô Barata!!! Você trouxe chá mate e pedi raticida!
- Pô, cara... se mata Leão... imagina o que fará com os ratinhos!!!

31- Barata e as horas.

Carlão Octaviani, símbolo vivo da solidariedade e da amizade, precisou fazer exames médicos tendo ficado internado por um dia na cidade de Bauru. Barata, seu fiel escudeiro foi conversar com o médico, ouvindo:

- Não é bom o prefeito ter contrariedades, ficar irritado estes dias. O senhor que é assessor dele deveria cuidar disso.

Barata saiu pensativo. E agora?
Quem mais deixa o Carlão nervoso sou eu mesmo. Vou me controlar para não deixar o Carlão bravo, prometeu para si mesmo e dirigiu-se para o quarto do prefeito, entrando sorridente e brincalhão:

- E daí Carlão, tudo bem?
- Tudo legal. Já posso ir para casa, graças a Deus!
- Que bom!
- Ô Barata... que horas são?

Barata lembrou das instruções do médico e rápido, respondeu:

- A que você quiser, Carlão!

30 - Barata, Bandeira e Brasília.

O Barata de Agudos é supergente fina, amigo, companheiro sério e leal, entretanto as vezes não pensa duas vezes para dar uma resposta e com isso deixa o Carlão Octaviani possesso.
Vou contar duas rapidinhas:
O pessoal ligado a uma entidade procurou o prefeito e solicitou uma Bandeira Nacional para as festividades da Semana da Pátria. Carlão virou para seu fiel assessor:

- Barata, providencia uma Bandeira Nacional para os amigos.
- Deixa comigo, prefeito!, dito isso, virou-se para os munícipes:
- Que cor vocês querem a bandeira?
- Verde!!! Verde!!! Eles querem a bandeira verde, com um porquinho desenhado no meio e escrito: “ Sou Palmeiras até morrer”, interrompeu o possesso Carlão com o fora do assessor!

De outra vez foram juntos para São Paulo para uma audiência em uma Secretaria de Estado. Audiência atrasada a secretaria vem se justificar:

- Prefeito, o senhor desculpe o atraso é que chegou um pessoal de Brasília com um assunto urgente para resolver...

Barata não se agüentou:

- E daí? E daí... que vieram de Brasília... nós estamos de Vectra, pô!!!

Com estas e outras Carlão quando sai junto com Barata sempre toma um lexotan antes.

29 - Barata e Chinelo.

Walter, o popular Barata, é figura conhecida em Agudos, onde despontou como um dos principais assessores do Carlão Octaviani. Aliás, a principal atividade do assessor era o deixar o prefeito irritado. Ia escrevendo nervoso e acabei por lembrar que esta palavra não é bem vinda na vizinha cidade.
Dias atrás, o Barata ligou em casa e quem o atendeu foi dona Eliza, a nossa eficiente secretaria:

- Bom dia! Queria falar com o Chinelo!
- O “seo” chinelo saiu. Quem queria falar com ele?
- È um amigo dele... o Barata de Agudos!
- Que brincadeira sem graça, moço! É a primeira vez que vejo Barata procurando Chinelo!!! Vai procurar serviço e não amole quem está trabalhando

28 - Bambão, o ogro das nações.

Depois de encerrar sua exaustiva jornada de trabalho de três horas diárias, Bambão costuma finalizar a carreira rapidamente e parte para as Nações, em busca de estabelecimentos especializados em produtos etílicos. Com o constante sorriso irônico no rosto, a soberbia aflorando, desfila em busca de novidades e de possíveis desafetos. Quando os encontra, para mostrar que é o melhor dos seres humanos para seus costumazes parceiros de mesa e cama, parte para a ofensiva. Grita a palavra mágica “BRANCAAAAA!!!” e em questão de segundos se transforma no temível OGRO ÁCIDO, terror dos meninos desamparados que perambulam por aquela importante via pública. Ofende, ameaça, deixando para trás a ironia costumaz. Ele é o melhor homem do mundo!!!, muito embora as camas, colchões que o acolhem depois de suas carreiras etílicas não costumem dizer a mesma coisa. Afirmam textualmente que nestas horas o Bambão se transforma em uma doce e amável mulher, sempre disposta a incansáveis noites de amor.Nada faz na vida, deslumbrado em poder mandar e se julga a autoridade máxima do mundo. Pisoteia antigos aliados e muitos daqueles que um dia mataram sua fome. Diz ironicamente não ter compromissos com ninguém e que tudo que conquistou foi em virtude de méritos próprios. Ameaça com agressões físicas, morais e até com morte. Coisas de carreira finda.
Como não tenho medo de assombração, muito menos de ogros, continuarei a falar da verdadeira faceta deste simulacro de ser humano.Ora, já preparei 10 dossiês onde constam as ameaças que o OGRO ÀCIDO tem feito e podem ter a certeza que se tombar em combate, surgir morto em alguma quebrada, o monstro da carreira será devidamente responsabilizado.
Lutaremos até o fim para que a verdade sobre este individuo, verdadeiro abutre da sociedade venha a tona. De passado nebuloso, esquisito em Rio Negro, onde trabalhava tal qual mula, a verdadeira história deste picareta tem que se tornar pública, mesmo que o Ogro volte a ser simplesmente o dócil Bambão, eterna alegria da molecada.

27 - Baile acaba em confusão.

Em um baile de aniversário da cidade, na década de 20, promovido pelas autoridades municipais, o jovem jornalista dançava com uma jovem, pela qual estava enamorado, quando foi violentamente interrompido por Eduardo Vergueiro de Lorena, coronel político do PRP, que de arma em punho, grita que vai expulsa-lo do salão.

“- Quem o convidou? - grita possesso, a tal da autoridade.
- Não preciso de convite, sou jornalista! - teria respondido o jovem.”

Verdadeira confusão.Mulheres desmaiam. As luzes se apagam.
Acaba o baile e Tito é retirado do local, por amigos preocupados com sua integridade física, dirigindo-se à redação do jornal, onde redige a notícia da interrupção do baile, afirmando que a festa era de toda a coletividade, não se justificando a exclusão da oposição.
Se fosse nos dias atuais, com certeza o vereador e amigo Toninho Garms, faria inflamado discurso na tribuna da Câmara denunciando o prefeito de perseguir a oposição, principalmente se da orquestra animadora do baile, fizesse parte o saudoso Otacílio Garms.
Entretanto, pouco tempo depois, a cena torna-se a repetir em baile realizado na Sociedade Recreativa Bauruense, onde a mesma autoridade interpela os diretores da entidade sobre a presença do jornalista no recinto.
Interpela de forma acintosa e empunhando novamente a arma.
Após este segundo episódio, seus amigos realizam um almoço nas dependências do Hotel Zucchi, para a despedida do amigo, anunciando que o mesmo já estava contratado para trabalhar na imprensa da capital.
Carlos Fernandes de Paiva, Manoel Sandim, Oscar Telles são os organizadores do “bota-fora" do amigo, como fórmula encontrada para lhe garantir a vida, ameaçada constantemente por seus desafetos políticos, entretanto, ao invés de trabalhar na imprensa paulistana, emprega-se como arquivista da Companhia de Cigarros Souza Cruz.
Entretanto o mais importante haviam conseguido, estava vivo!
Decorrido muito tempo do episódio encontra-se com seu conterrâneo Casemiro Pinto Netto – o inventor do sanduíche Bauru -, e este lhe acaba contando a verdade:

- Não foi nada disso, Tito. O Coronel Lorena te perseguia, pois tinha ciúmes da moça com quem dançava.

26 - Baianada ou paulistada?

Encerrado o Congresso de Reconstrução da UNE em Salvador/Ba., em Maio de 1979, a delegação bauruense deparou-se com um problema. Não conseguia localizar o ônibus fretado para empreender a viagem de retorno. Depois de um certo tempo procurando sem êxito nos estacionamentos nas proximidades do então inacabado Centro de Convenções de Salvador, dois estudantes baianos com um fusca, ofereceram ajuda para localizar o ônibus. Adentraram ao veículo João Queiróz e Fábio Negrão. Depois de muito rodar e nada de localizar o veículo fretado, Fábio resmungou :

- Que baianada deste motorista, pô!!!

O piloto do fusca olhou para trás e respondeu de bate pronto:

- Não seria uma paulistada, ô companheiro?


Todos riram com a mancada do camarada Fábio Negrão e logo, para felicidade da delegação bauruense o ônibus encostava no local marcado para o embarque.

25 - A VOLTA DOS VELHOS POLITICOS...

Ante a ausência de quadros políticos em nosso país e a incredulidade cada vez maior do povo na categoria, aqueles que já passaram por esta terra, organizaram uma ampla reunião celestial, para ver se algum deles poderia retornar para tentar acertar a casa.
Surpresa geral, pois tornou-se difícil localizar alguém com disposição para tal tarefa e cada um arrumava uma desculpa, para desincubir-se de missão proposta.
D. Pedro II, afirmou que não poderia voltar, pois tinha muitos pecados a pagar ainda e o maior deles estava difícil de saldar. A independência não resultou naquilo que esperava, poderia vir a sofrer represálias pelo impensado gesto além de não mais poder se banhar no riacho do Ipiranga.
Getulio Vargas e Ademar de Barros alegaram que o povo estava mais consciente e o parlamento mais livre, sendo que o judiciário poderia vir a mandar prende-los por coisas do passado, mandando-os fazerem companhia para o Lalau.
Medo infundado.
Lalau teve depressão e está em prisão domiciliar.
Castelo Branco, Costa e Silva, Emílio Médice, Ernesto Geisel e João Figueiredo, não concordaram em voltar para governar um país democrático, sem poderem mandar os adversários para o exílio ou para as câmaras de tortura.
Goulart disse que somente aceitaria vir na base da troca.
Ele viria, o cunhado Brizola iria.
Alegou muito pouco espaço para ambos conviverem por aqui.
Juscelino alegou que não era o momento oportuno, pois o Brasil está a beira do caos e ele não teria condições de construir a nova capital.
Jânio rechaçou de pronto, pois tinha contrato por longo tempo como provador da “Cachaça de Santo Onofre”.
Montoro alegou que precisava terminar um curso de memória, para só depois pensar no retorno.
Carlos Lacerda não foi convidado para a reunião, pois havia sido descoberta uma conspiração inspirada por ele, com a finalidade de derrubar São Pedro.
Resolveram conceder uma oportunidade para a esquerda governar o país, mas seus representantes estavam envolvidos em um interminável congresso, visando unificar suas forças, perenemente divididas.
Daí lembraram do novato Mario Covas, mas este emocionado pela lembrança, fez um comovente discurso explicando que não poderia voltar, pois estava realizando um projeto de altíssimo interesse para o paraíso celestial, o que estava lhe tomando quase todo o tempo disponível.
Afinal, São Pedro quer implantar o quanto antes o Pedágio Divino.
Encerraram a reunião pesarosos, por nenhum deles poder voltar e orando fervorosamente para que FHC não esteja na próxima reunião, pois este sim aceitaria voltar.

24– A Vingança da Cafetina.

Pirajuí tinha movimento em virtude das fazendas de café.
E onde existe movimento e dinheiro tem bordel.
Lá não era diferente, tinha a “Casa da Zefa” freqüentada pelos boêmios da cidade.
Eram tempos românticos que hoje ameaçam voltar.
Lampiões, geladeiras a querosene ou mesmo cervejas no gelo e pó de serra.
Certa vez, Piter tomou todas e foi em direção ao bordel da Zefa, para verificar se alguma garota nova havia chegado.
Com vontade de fazer suas necessidades fisiológicas e com preguiça ou medo de ir ao fundo do quintal, acabou utilizando para esta finalidade a bacia de múltiplo uso da casa.
A bacia onde as mulheres tomavam seus banhos, lavavam os pés e as roupas intimas.
Lá ficou a enorme marca de Piter!
Como havia ingerido umas cachaças e comido uns torresminhos, claro está que o odor nada agradável, logo se fez perceber.
Zefa como boa cafetina calou-se!
Passados alguns dias convidou os clientes preferenciais da casa para um almoço no domingo.
Felicidade da boêmia!
Almoço no bordel!
E por conta da Zefa!
Foram alegres, Piter ainda meio bêbado das farras da noite anterior.
Ah... mas na hora em que Zefa serviu a macarronada dominical na bacia de múltiplo uso, Piter sarou rapidinho e lembrou-se do que fizera.
Não almoçou, alegando estômago ruim por causa das cachaças.
Para Zefa não restaram dúvidas, o único que não almoçou foi o autor da cagada!
Que para tristeza ainda teve que comprar uma bacia nova, para as meninas poderem usar.
Ainda hoje, o estômago do velho guerreiro embrulha quando vê macarronada em bacia!

23 - A tirania e a caça as bruxas.

O Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, certa vez desabafou:

“Em nosso país, nunca ocorreram apreensão ou queima de livros. As apreensões sempre foram restritas a livros pornôs”.

Em Assis, terra de ferroviários, ocorreu um caso que se não fosse seu desfecho trágico seria incorporado ao anedotário popular.
Flávio Sampaio, verdureiro, evangélico e analfabeto, nos primeiros dias do pós-golpe de 1º de Abril, encontrou uma boa quantidade de jornais e começou a utiliza-los para embrulhar seus produtos. Infelizmente para o verdureiro, eram jornais do Partido Comunista Brasileiro, que algum militante havia jogado para não se comprometer com a repressão política. Não demorou muito para alguém denunciar o verdureiro como o responsável pela agitação e propaganda dos comunistas na cidade de Assis e os diligentes policiais daquela cidade, comandados pelo Delegado Antonio Collesi, invadiram a casa do verdureiro para prende-lo, bem como apreender o material de propaganda do Partidão. Prenderam Flávio e o deixaram encarcerado por mais de vinte dias sob esta acusação estapafúrdia. Todavia, a esposa de Flávio, grávida de nove meses, assustada com a presença policial em seu lar, teve um fulminante infarto e veio a falecer, levando consigo a filha que o casal ansiosamente aguardava.

22 - A sopa tá quente.

Jânio Quadros era governador do Estado e visitava mais uma vez Bauru, desta vez pedindo votos para Carvalho Pinto. Foi recepcionado, como de costume na época, com um jantar no Restaurante Cristal de propriedade dos Irmãos Padilha. Na hora do discurso, Jânio não perdoou:

- Ao que me consta o Prefeito desta cidade, que tanto ajudei, não apóia o professor Carvalho Pinto... e eu gostaria de saber o porque?
- Xiiii... balbuciou o prefeito.
- Parece que o senhor prefeito quer dizer alguma coisa? – continuou Jânio.
- A “chopa” tá quente! respondeu de pronto o prefeito.

21- A remoção da prótese.

Minha caixa postal anda lotada com tantas notícias que me enviam sobre Barbados, lá do agreste pernambucano. O internauta Wladimir me enviou uma sensacional ocorrida no meio forense da cidade. Uma pessoa adquiriu, implantou e não pagou duas próteses mamarias. A empresa contratou um advogado para fazer a cobrança do débito e este entrou com uma ação de execução contra o devedor sendo que o executado acabou oferecendo as próprias próteses em penhora para garantia da execução e acabou não pagando. O advogado e eterno candidato a cargos eletivos lá de Barbados requereu a remoção das próteses. Muito bem.
O Oficial de Justiça oficiou ao juiz, solicitando que fossem oferecidas condições para a remoção das mesmas, mesmo porque estavam implantadas no devedor. Ao tomar conhecimento da solicitação do oficial, o nobre causídico – que em certa campanha política chamou os moradores de rua de lixos humanos – não teve dúvidas em peticionar colocando a disposição para a decantada remoção um caminhão 3/4, trucado com motorista e quatro chapas...
Ainda bem que estas coisas não acontecem em nossa Bauru...

20- As piranhas do dr. Zecapeta.

Encontro com o advogado e militante político conhecido na intimidade como Zécapeta, e no meio da conversa este demonstra sua preocupação com a epidemia de dengue, ainda mais que na piscina de sua residência andavam aparecendo larvas que não conseguia identificar se eram do “aedes” ou não, o que o levou a tomar uma atitude inusitada.

- Olha Chinelo, soltei quatro piranhas na piscina de casa!!!
- Piranha de terra, Zé?
- Não... piranha peixe... precisa ver como elas comem as larvas de mosquitos e pernilongos!!! Uma beleza!!!
- Ara! E para nadar?
- Fácil... tiro elas da piscina e coloco em um tambor com água!!!
- E avisou sua esposa?Eu não! Quero que se dane, estou brigado com ela!

19 - AS PERIPÉCIAS DO BROCHÃO...

Brochão era ferroviário aposentado da antiga Companhia Paulista de Estrada de Ferro, fanático por futebol e mulheres. Todo santo dia tinha uma reunião com a diretoria da Liga de Futebol que organizava o campeonato amador da cidade.
A mulher vivia reclamando com o excesso de reuniões futebolísticas e o dinheiro que o marido gastava com o tal de futebol.
Certa noite, Brochão saiu para sua caçada, encontrou a mulher que procurava com quem tomou uns goles e foi para o Matel.
Sim... Matel... pois naquela época não existiam os Motéis e a parada era resolvida nas moitas.
A mulher estava " incomodada" , mas isto pouco importância teve para nosso protagonista.
Chegou em casa, a mulher com visitas.
Cumprimentou o povo e foi para o quarto, tirou a roupa ficando de cuecas e deitou tranqüilo.
Acendeu um cigarro e ficou a pensar na vida.
A mulher entra no quarto.... olha o marido... fareja.. resmunga..
- demorou hoje, hein?
- Uns problemas para decidir!
- Brochão !!! Que sangue é este na sua cueca???
- Sangue???
- Levantou a cabeça... olhou... a cueca toda manchada de sangue... não pensou duas vezes e tascou:
- ara, será que este mês desceu para mim?

18 - AVENTURAS DO TIÃO BARBOZA

Tião era um grande alfaiate em Bangu, Rio de Janeiro.
Como todo alfaiate que se preza, gostava de música.
Mas nosso amigo além de gostar da música, tinha na vida dois grandes amores, oficialmente, sem esconder de ninguém esta bigamia.
Amava intensamente sua bela e querida Juju, companheira eterna dos momentos bons e ruins da vida, mãe de suas duas filhas, Olga e Lilia.
Além de sua Juju, tinha outro grande amor, a igualmente bela cantora Elisete Cardoso, cujas músicas vivia a cantar no serviço ou no aconchego do lar.
Juju divertia-se com a paixão que o seu Tião e nem se incomodava, afinal a noite em sua gostosa e repousante cama, o seu amor nem se lembrava da tal da Elisete.
Mas o mundo da muitas voltas, na expectativa de surpreender os eternos apaixonados.
E numa destas voltas surpreendeu o nosso Tião.
O clube próximo de sua casa, começou a divulgar um show que seria realizado pela sua cantora predileta, o segundo grande amor de sua vida.
Nosso amigo não cabia dentro de si, de felicidade, alegria de poder ver de perto e ao vivo a grande Elis.
Iniciou os planos para o dia do show, no momento em que soube de sua realização.
Grandes planos na cabeça do Tião.
O assunto em casa, com Juju, as filhas e na alfaiataria era a presença de Elis no bairro, no clube vizinho de sua casa.
Insistia com a mulher, para que esta fosse com ele ao show, mesmo sabendo que esta não poderia ir, por não ter com quem deixar as crianças.
Iniciada a venda de ingressos, Tião era o primeiro da fila, buscando garantir o melhor lugar na fila do gargarejo, para poder apreciar o show da chamada e idolatrada “Divina”.
Depois de tanta espera, finalmente chega o grande dia.
Tião mostrava-se embriagado de felicidade por poder estar próximo da outra grande paixão de sua vida, iria ver e realizar um antigo sonho, o de ver esta estupenda e maravilhosa cantora ao vivo e a cores.
Tomou um longo e relaxante banho, colocou a roupa reservada para ocasiões especiais, passou gumex nos cabelos, cantarolando sem parar os sucessos da cantora, sob os olhares admirados de Juju de ver o amor da sua vida tão belo e charmoso para ir ao show. Despertaria ciúmes na vizinhança, pois com certeza, nenhuma das suas vizinhas possuía marido belo, charmoso e elegante, como o seu Tião.
Num canto da sala, a desconfiada de nascença Lilinha, olhava com muitos ciúmes e com semblante nada amigo, aquela alegre saída noturna do pai.
Beijos amorosos na mulher, beijos de eterna paixão.
Beijos sempre carinhosos nas filhas e lá se foi o nosso amigo, pelas ruas de Bangu, a época bucólica e calma, sem os hotéis de cinco estrelas construídos posteriormente, para alojar a bandidagem perigosa.
Contagiava a todos com tua alegria.
Empolgado.... varou a noite e foi chegar em casa quando o galo já cantava, muito embora em Bangu a bicharada cantava e urrava noite e dia, pois por ali morava um dos maiores defensores e exploradores da loteria de números inventada pelo Barão de Rio Branco.
Mas não era o galo do Castor de Andrade, era o galo da comadre Nininha quem cantava.
Era o galo da madrinha de sua filha mais velha, de Lilia, a desconfiada.
Que aliás tinha este nome em homenagem feita pelos pais, a uma vizinha, mulher amiga e solidária, dona Lilia que tanto os ajudou em momentos de dificuldades, no início da vida em comum.
Pães quentinhos saídos a pouco da padaria, pôs-se em seu ritual matinal.
Coar o café, para depois chamar Juju... o amor de sua vida.
Tarefa cumprida.
Café e pão na mesa, chama a mulher.
Conversa vai... conversa vem... Juju pergunta:
- Tião.... onde você foi?
- Ora... no show da divina. Que mulher maravilhosa, que voz maviosa e estupenda! Mulher... vou te contar.... fiquei pertinho do palco.... ela até piscou para mim....olha... ao vivo canta muito mais bonito....e como é bela....
- Verdade, Tião???, pergunta a calma mulher.
- Claro...meu amor.... verdadeiramente divino, maravilhoso o show...
- Interessante Tião.... estava conversando com a Maria... nossa vizinha da frente... depois que você saiu todo contente ontem a noite.... e ela estava chateada, pois cancelaram o show da Elisete....
- O quê foi???, falou o já assustado Tião.
- ....é cancelaram... adiaram o show de ontem pois a sua DIVINA teve um acidente e não pode comparecer....ONDE VOCÊ FOI Tião?
- olha... amor... vou terminar um terno pro Dr. Castor...que ficou de vir ao meio dia experimentar... e já tô atrasado.... e você sabe como é... o serviço tá fraco... não posso perder freguês...
E Tião saiu da mesa assustado, e pensando com seus botões:
- “ pô.... armei um alibi perfeito para passar a noite com a outra e esta filha do padre da Elisete tinha que sofrer acidente... logo no dia. Como vou sair desta?”
E não saiu, pois muito embora tenha certeza de que Juju dará boas risadas ao relembrar a história, por dentro estará pensando com uma pontinha de amargura:
- ...hum.....tábão..... show da Elisete Cardoso e eu ia engolindo esta...

17 - Asneira ou voto vencido?

Esta consta do Folclore Político do Sebastião Nery.

“Dr. Margarido, advogado em Bauru, veio para São Paulo fazer concurso de juiz substituto. Na banca examinadora, o desembargador Meireles dos Santos, mineiro de Baependi, depois presidente do Tribunal; o famoso professor José Frederico Marques e outros.
Meireles dos Santos faz uma pergunta, Margarido responde, Meirelles irrita-se:

- Isso é asneira, doutor.
- Asneira na minha boca. Na de vossa excelência seria “voto vencido”.

Foi reprovado “.

Quem conheceu o dr. Margarido possui um punhado de boas razões para não duvidar do Nery.

16 - A PROMOÇÃO DO “CORONÉ”.

Dizem que no nordeste ainda existe a figura do “Coronel”, dono de terras e de eleitorado fixo, que geralmente comandavam politicamente uma cidade ou região. Coronéis no tratamento e respeito popular, sem jamais terem usado uma farda ou mesmo disparado um tiro. Com arma oficial, é claro. Eclodiu uma revolução no século passado e o Coronel Macedo resolveu adentrar a luta, seguindo para o campo de batalha. Decorrido algum tempo, os correios da pequena cidade receberam um telegrama curioso, no mínimo:

- Por bravura em campo de batalha, o Coronel Macedo foi promovido a cabo.

Cabo de profissão, coronel por aclamação.

15 - Aplausos são gratificantes. E os votos?

No início de 2001, saia do consultório do Fernando Faria, ali na Virgilio Malta, quando encontrei casualmente com o professor Isaias Daiben, indiscutivelmente, um dos melhores vereadores que passaram por nossa Câmara Municipal. Velho amigo e antigo companheiro de militância política, iniciamos uma prosa:

- Tudo bem, professor?
- Vamos indo!
- E a política?
- Olha, sai agora de uma reunião de Pais e Mestres, onde fui fazer uma palestra. Uma beleza, salão lotado e no final acabei sendo aplaudido de pé!
- Que maravilha, professor!
- É... mas não adianta nada. O pessoal aplaude e quando chega nas eleições não vota na gente!

14 - Apartamento 14.

Fim de 1983, tratores particulares e da municipalidade retiram terras de terrenos particulares, sem autorização de seus proprietários na Vila Industrial. Estes acabam por reclamar direto no gabinete do Prefeito. Tuga chama o seu secretário de Planejamento, Mário Gabrieli e dirigem-se para o local no Opala que servia ao Gabinete. Na época não existiam celulares e depois de conversarem com os tratoristas, determinando que encerrassem as atividades começaram a busca por um telefone para se comunicarem com a Prefeitura e transferirem os tratores da municipalidade para outro local. Resolveram solicitar o telefone do “Kibutz Motel” emprestado.
Pararam o carro na portaria e ficaram conversando. O porteiro, Ariovaldo, olhou, viu os dois barbudos que nada falaram e de repente bate com a chave na janelinha da portaria:

- Apartamento 14!


Tuga e Mário deram um pulo dentro do carro, saíram e Mário foi logo dizendo:

- Ô chefia! Não é nada disso! Só queremos o telefone emprestado!

13 - ANNA DO TIÃO... DA REPÚBLICA DAS ARARAS.

Vocês podem acusar do que quiser a Anna do Tião, menos de burra!
Sentindo a idade chegar, e notando as diferenças na pele, no rosto, no corpo todo afinal e comparando com o corpo atlético de seu companheiro, Anna fica deveras preocupada com a hipótese de Tião troca-la por duas mulheres de 23 anos.
E vive pensando em idéias para manter aceso o interesse de Tião!
Faz cursos de dança do ventre, mas não existem véus em quantidade suficiente para esconder a ação do tempo!
Dizem que loira não tem idéias, mas Anna teve uma genial!
Sai para fazer caminhadas com amado Tião!
E procura sempre andar na frente do companheiro, demonstrando vitalidade física!
Ahhhh... mas Anna é triste... e a todos homens, não importando a idade, que encontra pelo caminho... faz caretas... micagens... mostra a língua... e todos instintivamente viram para olhar esta maluca...
E Tião fica cheio tal qual um peru.... ao verem como cobiçam sua amada Anna!
Desta forma Anna garante a sobrevivência do casamento e a tesão de Tião.
A este só resta um conselho:
- Marca uma consulta com o Dr. Rui Bertoti, ô... Tião!

12 - Amanhã... vou tirar meu título!

Na campanha de 1988, o candidato pelo PDT Edson Santos em companhia de seus amigos e colaboradores de campanha, Nelson Redondo e Antonio Yamashita, andava por uma das ruas do Jardim Bela Vista em uma noite fria às vésperas das eleições. Perceberam uma senhora sentada na área de sua residência e resolveram tentar ganhar mais um valioso voto. Começaram a conversar com a futura eleitora e ficaram entusiasmados com a receptividade. Colocaram uma faixa do candidato na parede da casa e os braços da mulher doíam com o peso dos mimos que lhe entregaram. Santinhos, canetas, réguas, faixas iam sendo depositados nos braços da eleitora. Certo que haviam conquistado o precioso voto, Nelson Redondo arrisca a pergunta:

- O Edson pode contar com o seu voto, né?
- Pode sim, meu filho. Tinha decidido não votar em ninguém e mudei de idéia. Amanhã mesmo vou transferir meu título...
- A senhora não vota aqui?
- Não... vim de Camanducaia, lá de Minas!

O candidato mal pode esconder a decepção, olhou para os amigos e despediu-se da ex-futura eleitora. Já no carro, vira-se e diz:

- Que fria... hein bicho?

11- A Luta pelo passe-escolar.

Embora um cidadão que se diz de esquerda costume dizer aos seus alunos que esta luta nunca existiu em Bauru, podemos afirmar que existiram dois movimentos fortes e em épocas distintas pelo passe escolar. Em 1963/64, comandada pela Federação Bauruense Estudantina – FBE - então presidida pelo Milton Dota e posteriormente em 1979, com os Das. da antiga Fundação Educacional de Bauru tomando a dianteira do movimento. Depois de muitos anos, Bauru viu uma grande passeata de estudantes em busca de uma conquista e o surgimento de lideranças como Ivonyr Ayres, Marcelo Borges, Fábio Negrão, João Queiróz, Rui Vascques, dentre tantos outros.
Reunidas assinaturas dos estudantes, uma comissão agendou reunião com o então prefeito Oswaldo Sbeghen para apresentação da reivindicação. Reunião aberta, contando inclusive com a presença da polícia política que jamais faltava nessas reuniões.
No final da reunião, onde não houve consenso, o prefeito Sbeghen chamou alguns dos líderes do movimento estudantil ao lado:

- Pessoal, o governador Maluf virá com o “governo itinerante” depois de amanhã a nossa cidade. Não façam movimentação contrária pois precisamos obter verbas estaduais e é importante que o governador seja bem recebido.

O hoje vereador, Marcelo Borges respondeu de bate-pronto:

- Prefeito sabe que o senhor nos deu uma boa idéia. Com esta correria da luta pelo passe escolar a gente nem estava lembrando que o Maluf vem a Bauru... ainda dá tempo de organizar alguma coisa! Obrigado, hein!

E na correria, de última hora, somente muros foram pichados contra a presença de Maluf.

10 - Alerta Centenário.

O Jornal A Razão que circulou em nossa cidade na segunda década, do século passado em nossa cidade, editado por Lino Pavan e A.Suarez, publicava críticas nos rodapés das edições, em letras garrafais. Achei curiosa à publicada na edição de 26.11.1918, e resolvi compartilhar com os leitores do JC.

CUIDADO! ATENÇÂO! O CONTACTO DEMORADO COM VINAGRE AFECTA A SAÚDE DO CIDADÃO!
Com certeza as críticas eram endereçadas para alguma engarrafadora do ácido tempero.

9- Água no leite.

O camarada era militante da esquerda, corajoso, destemido e o senhor seu pai era um pecuarista de relativo sucesso, com um rebanho considerável de vacas leiteiras sendo fornecedor antigo de um laticínio local. Certo dia acompanhou o pai para acerto de contas no laticínio e escutou a reprimenda:

- “Seo” José... nós vamos parar de comprar leite do senhor!
- Por que?
- O senhor está colocando água no leite!
- Porca miséria! Onde se viu isso... meu leite é puro!
- É... mas encontramos uns “lambarizinhos” em seus galões!- E com o preço que vocês pagam... queriam o que? Pintados, dourados? Vamos embora...ô Mirto! A partir de hoje vou fazer queijo!

8 - Água meio salgada!

O pessoal que freqüenta o Bar do Guarú , resolveu realizar uma excursão para Ilha Comprida e aproveitar o feriado prolongado. Sarico e Rogério Medina, foram os primeiros a confirmarem a ida, seguidos de perto pelo Janeiro. Frangos assados, farofas no ponto, foram para beira-mar. Guarú deitou na areia, enquanto o povo mergulhava, brincava no mar. Quando Sarico retornava da água, Guarú perguntou:

- A água tá boa?
Um pouco salgada, mas dá pra beber, respondeu Sarico, bastante sério.

7 - A fuga do Branquinho.

Nos primeiros dias do pós-golpe de 1º de Abril de 1964, a caça as bruxas era intensa em nossa cidade, afinal aqui era o berço da famigerada FAC – Frente Anticomunista -. O então jovem sindicalista e suplente de vereador pelo PSB, Edson Francisco da Silva decidiu empreender fuga e ao invés de ir para a residência de sua mãe na Vila Cardia, resolveu ir para debaixo do viaduto JK e de lá, durante a madrugada escolheria o destino a seguir. A polícia e a FAC não iriam procura-lo debaixo do viaduto.
Estava em seu canto sossegado, esperando as horas passarem, quando surgiu uma discussão entre dois pedintes que ali pernoitavam costumeiramente e que agora queriam decidir no braço a propriedade de uma garrafa de cachaça.
A discussão cresce em intensidade com ameaças de agressão física e o Edson quietinho no seu canto.
Nisso, uma pessoa que ia passando sobre o viaduto e escutou a discussão, gritou:

- Vamos parar com essa briga logo, senão vou chamar a polícia...

Analisando que se fosse chamada a polícia viria, bravo e resmungando, tratou de sair do local, caminhando pelos trilhos da ferrovia até Triagem, onde encontrou guarida na residência de um amigo, sem ficar sabendo se polícia foi ou não chamada.

6- Adultério de Vinil.

O prefeito de uma pequena cidade do interior de Pernambuco, que tem o curioso nome de Barbados, estava de olho na companheira de um assessor e acabou por envia-lo para Recife com serviços da municipalidade para realizar. Serviços que demorariam de três a quatro dias, dependendo da disposição do assessor, que não era das maiores. Na primeira noite, o cidadão liga para casa e o prefeito atende:

- Que é que você tá fazendo ai? – pergunta curioso o assessor
- Estava com vontade de escutar uma música e vim pegar uns discos seus para ouvir!
- Ah... é!!! Vê se não vai amassar as capas de meus discos, hein?
- Pode ficar tranqüilo... as capas não vou amassar, aliás, nem vou usar!

5– Ademar e o gato.

Em campanha eleitoral na nossa região, o ex-governador Adhemar de Barros almoçou na fazenda de um correligionário, acabando por tirar um cochilo em uma cadeira de balanço, colocada debaixo de uma janela na sala. Os correligionários presentes retiraram-se silenciosamente com o intuito de não incomodarem o sono do líder político, passando a conversar “baixo” em outra dependência da casa. Passado algum tempo, surge Adhemar, mais vermelho que o costume , muito sorridente, segurando um gato pelo pescoço:

- Tô começando a achar que o Jânio tem razão... atraio gatos e gatunos mesmo....

O cochilo do político havia sido interrompido pelo preguiçoso gato da casa que pulou a janela e caiu no colo do governador, para seu susto e gargalhadas da família no anfitrião.

4- A casa da dona Sebastiana.

Milton Dota era o candidato à vice-prefeito de Antonio Fortunato, em uma das sub-legendas do MDB, nas eleições municipais de 1976 e em um discurso inflamado e otimista no Jardim Carolina afirmou:

- Hoje, nós empapelamos toda a casa de nossa amiga, a dona Sebastiana e com satisfação viremos aqui retirar nossa propaganda eleitoral no dia da grande vitória!

A dobradinha teve pífia votação, chegando em último lugar nas eleições, e muito embora Roberto Purini/Moussa Tobias (MDB) tenha sido a chapa mais votada naquelas eleições, a vitória acabou sendo da ARENA, com Sbeghen/Franciscato, já que na somatória das sub-legendas os três candidatos arenistas obtiveram maior número de votos, e com quase cinco mil votos nominais a menos de Purini, Sbeghen foi o prefeito. Coisas da ditadura!
Mesmo chegando em último lugar, dias após as eleições lá estava o Milton Dota retirando os cartazes colados na casa de dona Sebastiana, e dizendo com o semblante sério:

- Promessa tem que ser cumprida!
Aqueles que foram candidatos nas últimas eleições ou que pretendam se candidatar nas próximas poderiam se espelhar no exemplo de Dota e fazer um mutirão para limpar a cidade, quando terminasse o período eleitoral.

3– A busca de material subversivo.

Nos anos de chumbo do regime militar, os sindicalistas eram constantemente vigiados pela polícia política em sua constante busca de provas para o desmonte total do proscrito Partido Comunista Brasileiro.
Em Botucatu, a terra dos bons ares, no interior paulista não era diferente, principalmente pelo fato de a cidade possuir uma grande concentração de ferroviários da Estrada de Ferro Sorocabana e uma militancia comunista ativa.
Certo dia, Oscar Paz adentra a casa do companheiro Hermes Valente.
Ambos ferroviários e militantes do PCB, visados pela repressão pelo fato de terem sido punidos pela redentora de 64.
Não tiveram tempo sequer de tomarem um café e a casa era invadida pela policia, fortemente armada, em busca de material subversivo e armas, a fixação eterna da repressão.
Sob a mira das famosas metralhadoras chamadas de "Lurdinha", foram obrigados a permanecerem sentados no sofá da residência enquanto os agentes policiais revistavam a casa.
Como de praxe nestas ocasiões, armários, guarda roupas eram revirados e seu interior esvaziado com os pertences atirados ao chão, deixando os lares destes observados em completa balbúrdia.
Enquanto os agentes revistavam a residência, Hermes e Oscar eram mantidos sentados no sofá da residência sob a mira das armas da repressão.
Depois de exaustiva busca sem nada encontrarem, os policiais foram embora decepcionados com o bote perdido e com uma dúvida:
Onde estes comunistas escondiam seus materiais subversivos?
Esta era a dúvida de tão abnegados e eficientes homens da lei.
Assim que se certificaram de que a repressão havia abandonado os arredores da casa, os dois históricos militantes da esquerda e da classe ferroviária, puderam soltar as risadas arduamente contidas.

- È companheiro... os tiras puseram a gente sentado no lugar mais quente da casa e até que estava gostoso ficar sentado no sofá!

E riam, tal qual crianças travessas!
O material, os panfletos estavam escondidos sob o sofá onde foram obrigados a permanecer sentados.
E a repressão não revistou.

2 - Abatendo “gralhas”.

Lá em Barbados, no agreste pernambucano, a população e os ecologistas estão de olho em um político que paga “jeton” ao seu caseiro, por cada “gralha” abatida. Embora a ave seja predadora, é necessária no ecossistema e os ambientalistas barbadenses já estão de campana com a finalidade de confirmarem a denúncia. Ficaram abismados quando souberam que um funcionário foi demitido sob a acusação de ter deixado o “bambi” de estimação da filha do político fugir e com uma agravante, descobriram que o animalzinho era mantido ilegalmente na propriedade. O latifúndio tem o curioso nome de “fatia do céu”, obviamente contestado pelas gralhas e bambis da região.
Coisas de Barbados que felizmente não ocorrem em nossa Bauru.

1 - A banda é nossa!

Em comício do MDB em 1976, de Roberto Purini e Moussa Tobias, na Praça Euclides Paixão na Vila Falcão, fazia uso da palavra o candidato a vereador Manoel Antonio Blanco, ferroviário e atleta, quando a música forte de uma banda começou a desviar a atenção dos presentes no evento. Blanco começou a gritar ao microfone;

- Meu povo... não se distraiam... isto é coisa de nossos adversários que não querem que o povo ouça as propostas do MDB...

Nesse momento, o apresentador do comício cochichou no ouvido do candidato:

- Nada disso... a banda é nossa e veio homenagear o Purini!

Blanco continuou:

- Ahhhh... a banda é nossa! Palmas para a banda do Purini!

domingo, 17 de dezembro de 2006

Quer rir?

VENHA COM O CHINELO!