segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

27 - Baile acaba em confusão.

Em um baile de aniversário da cidade, na década de 20, promovido pelas autoridades municipais, o jovem jornalista dançava com uma jovem, pela qual estava enamorado, quando foi violentamente interrompido por Eduardo Vergueiro de Lorena, coronel político do PRP, que de arma em punho, grita que vai expulsa-lo do salão.

“- Quem o convidou? - grita possesso, a tal da autoridade.
- Não preciso de convite, sou jornalista! - teria respondido o jovem.”

Verdadeira confusão.Mulheres desmaiam. As luzes se apagam.
Acaba o baile e Tito é retirado do local, por amigos preocupados com sua integridade física, dirigindo-se à redação do jornal, onde redige a notícia da interrupção do baile, afirmando que a festa era de toda a coletividade, não se justificando a exclusão da oposição.
Se fosse nos dias atuais, com certeza o vereador e amigo Toninho Garms, faria inflamado discurso na tribuna da Câmara denunciando o prefeito de perseguir a oposição, principalmente se da orquestra animadora do baile, fizesse parte o saudoso Otacílio Garms.
Entretanto, pouco tempo depois, a cena torna-se a repetir em baile realizado na Sociedade Recreativa Bauruense, onde a mesma autoridade interpela os diretores da entidade sobre a presença do jornalista no recinto.
Interpela de forma acintosa e empunhando novamente a arma.
Após este segundo episódio, seus amigos realizam um almoço nas dependências do Hotel Zucchi, para a despedida do amigo, anunciando que o mesmo já estava contratado para trabalhar na imprensa da capital.
Carlos Fernandes de Paiva, Manoel Sandim, Oscar Telles são os organizadores do “bota-fora" do amigo, como fórmula encontrada para lhe garantir a vida, ameaçada constantemente por seus desafetos políticos, entretanto, ao invés de trabalhar na imprensa paulistana, emprega-se como arquivista da Companhia de Cigarros Souza Cruz.
Entretanto o mais importante haviam conseguido, estava vivo!
Decorrido muito tempo do episódio encontra-se com seu conterrâneo Casemiro Pinto Netto – o inventor do sanduíche Bauru -, e este lhe acaba contando a verdade:

- Não foi nada disso, Tito. O Coronel Lorena te perseguia, pois tinha ciúmes da moça com quem dançava.

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