segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

23 - A tirania e a caça as bruxas.

O Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, certa vez desabafou:

“Em nosso país, nunca ocorreram apreensão ou queima de livros. As apreensões sempre foram restritas a livros pornôs”.

Em Assis, terra de ferroviários, ocorreu um caso que se não fosse seu desfecho trágico seria incorporado ao anedotário popular.
Flávio Sampaio, verdureiro, evangélico e analfabeto, nos primeiros dias do pós-golpe de 1º de Abril, encontrou uma boa quantidade de jornais e começou a utiliza-los para embrulhar seus produtos. Infelizmente para o verdureiro, eram jornais do Partido Comunista Brasileiro, que algum militante havia jogado para não se comprometer com a repressão política. Não demorou muito para alguém denunciar o verdureiro como o responsável pela agitação e propaganda dos comunistas na cidade de Assis e os diligentes policiais daquela cidade, comandados pelo Delegado Antonio Collesi, invadiram a casa do verdureiro para prende-lo, bem como apreender o material de propaganda do Partidão. Prenderam Flávio e o deixaram encarcerado por mais de vinte dias sob esta acusação estapafúrdia. Todavia, a esposa de Flávio, grávida de nove meses, assustada com a presença policial em seu lar, teve um fulminante infarto e veio a falecer, levando consigo a filha que o casal ansiosamente aguardava.

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