domingo, 25 de fevereiro de 2007

90- Empatamos!

Nos bons tempos, que os mais antigos dizem que cachorro era amarrado com lingüiça, as contas em estabelecimentos comerciais eram pagas semestralmente, geralmente na época da comercialização das safras agrícolas. Em Arealva, não era diferente.
O cidadão tinha um pequeno botequin, com pequeno e controlado estoque, um ou outro doce, vivendo com dificuldades para sustentar a considerável prole que possuía. Comprava na farmácia, mandava marcar e o tempo passava sem acerto da conta.
Dois anos se passaram e o farmacêutico resolveu fazer uma visita ao cliente. Educadamente disse:

- Meu amigo, precisamos fazer um acerto de sua conta... já fazem dois anos que você não paga a farmácia... e estou precisando de dinheiro...
- Tudo bem! Quando estou devendo lá?
- Sua dívida está em “centos contos”!
- Precisamos fazer um acerto... e também seus filhos passam sempre aqui no bar... compram uns docinhos, uns refrescos e mandam marcar...
- Tudo bem... descontamos e fazemos um acerto.
- Um momento...

O dono do botequin foi para o fundo do estabelecimento, retornando depois de algum tempo, com um caderno na mão:

- Empatemos, meu amigo. Seus filhos também gastaram “centos contos” aqui no bar!!!

A situação virou folclore em Arealva, pois o valor da conta apresentado pelo dono do bar dava para quintuplicar seu estoque.

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