domingo, 25 de fevereiro de 2007

89 - Em Bauru o povo só vai a comício depois do espoucar dos rojões.

Estava subindo a avenida Rodrigues Alves juntamente com o Marcelo Borges em 1978, em busca de um estabelecimento que comercializasse bebidas etílicas e não exigisse pagamento à vista, quando vimos na esquina da Avenida com rua Rio Branco um palco armado e uma banda de música afinando os instrumentos. Comício com certeza.
De longe vimos uma bandeira do antigo MDB e resolvemos nos aproximar, descobrindo que o showmício era do candidato a Deputado Estadual Walter Auada.
Conversando com o coordenador de sua campanha, Gonçalo – lembra dele, Marcelo? – este se mostrava desanimado com a inexistência de público.

- Pô... um conjunto bom, excelente show e não vem ninguém!!
- Vocês já soltaram os rojões? – perguntei, dando uma piscadela pro Marcelão.
- Rojões? Não! Porque?
- Em Bauru o povo só vem para o comício depois que soltam rojões. É o sinal de que vai começar!, falou sério o Marcelo.
- Meu Deus! Eu não sabia disso! Vocês sabem onde vende rojão?
Como sabíamos, o Gonçalo nos deu um bom dinheiro para comprarmos “trocentas” caixas de rojão. Fomos no Luciano compramos, ganhamos uma comissão e uma bela gorjeta do Gonçalo.
Fomos para o Skinão tomar uma gelada, sem precisar pedir pro Zé pendurar e escutar o espoucar dos morteiros.
Uma hora depois o “seo” Zé do Skinão estava bravo:

- Não tem ninguém lá no comício deste cara e não para de soltar rojão. O que eles estão querendo?
- Chamando o público, “seo” Zé!
- Estouraram rojões à vontade e o público falhou.

O duro foi arrumar explicações para o desconsolado Gonçalo que além de tudo saiu com a mão machucada de nossa cidade.
Além do público não atender o chamado dos rojões um deles explodiu em sua mão.
O importante é que gostou da atenção dispensada pela gente e até pagou a conta do Skinão.

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